2007/02/20

Semiótica das Representações Visuais

Reflexão sobre o Signo segundo Charles Peirce


Charles Sanders Peirce, filho de um professor de matemática, nasceu em 1839 em Cambridge no Estado Americano de Massachussets e recebeu formação na Universidade de Havard.


Durante 30 anos esteve ligado à United States Coast Survey, trabalhou em actividades do campo geodésico e astronómico e foi professor de lógica na Universidade de Johns Hopkins. Estudioso da obra de Kant e Hegel e admirador da filosofia de John Scotus, foi autor de várias contribuições nas áreas da astronomia, lógica e da matemática.

Faleceu no ano de 1914 em Milford, na Pensilvânia.

Peirce é considerado, pela maior parte dos historiadores da filosofia, como o mais original pensador da América do Norte, causando profundas influências em alguns pensadores da época, entre eles John Dawey, Josiah Royce e Wiliam James. Com Wiliam James, Peirce foi um dos fundadores do Pragmatismo - o mundo é o resultado da relação entre fenómenos, todas e quaisquer explicações se devem procurar e encontrar no uso da experiência.

Mas, sobretudo, Charles Peirce foi um dos fundadores da Semiótica, ou melhor, é considerado o criador moderno da Semiótica, tal e qual como hoje a conhecemos. Foi contemporâneo do linguísta suíço Ferdinand Saussure.


A Semiótica é a ciência que tem como fim o estudo de todas as linguagens possíveis e a integração dessas com o homem e o seu meio envolvente.


Para Peirce, tudo no mundo é signo, desde os seres humanos, aos objectos e às ideias.



Este filósofo classifica o Signo em três categorias "Modelo Triádico":
  • Primeiridade - a primeira impressão ao contacto com o signo, a experiencia imedita;

  • Secundidade -capacidade de distinguir, a reacção imediata;

  • Terceiridade - capacidade de organizar factos, o pensamento mediativo.

Peirce produziu três tipos de signo:

  • Ícone, o signo assemelha-se ao seu objecto, substitui-o. Exemplo de uma fotografia de alguém ou o desenho de uma árvore que representa a árvore real (desenhos figurativos), as imitações.

  • Índice, há uma ligação directa entre signo e objecto, a autenticidade. Exemplo: o fumo face ao fogo, o relógio que nos indica as horas, a baixa pressão no barómetro que indica a vinda de dias chuvosos, os talheres para restaurante.


  • Símbolo, não há relação ou semelhança entre signo e objecto, mas réplica ou materialização. É arbitrário. Um conceito diferente ao de Saussure. Exemplo: a Cruz Vermelha, os sinais de trânsito, as palavras e as frases.

Charles Peirce remete-nos para um leque vastissimo de interpretações, tudo dependente do que o interpretante possa por sua vez analisar e/ou interpretar levando por sua vez a outros signos e objectos.






Um signo é algo que representa algo para alguém a determinado respeito ou capacidade. Dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou, talvez mais desenvolvido. O signo que ele cria designo-o por interpretante do primeiro signo. O signo representa algo: o seu objecto (Fiske, 2005, 64)



Triade segundo o Signo de Peirce



De acordo com a Professora Alda Pereira, no seu artigo sobre Os Elementos Fundadores do Signo Visual (...) é consequência do processo aberto, criativo e ilimitado que é a Semiose (p. 17)



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Leituras e Consultas:

Fiske, John (1993) Introdução ao Estudo da Comunicação, Asa, Lisboa
Pereira, Alda, Os elementos fundadores do Signo Visual
Fonte de Imagens: http://images.google.pt

1 Comentários:

Às 22 de fevereiro de 2007 às 17:56 , Blogger marta disse...

Olá! Gostei muito do teu blog! :o)

 

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